Lá estava eu. Só eu e o som da gota d'água batendo no chão. Sou Rafael, tenho 13 anos, sou órfão, e não tenho muitos amigos, só três: Letícia, Barbara e Lucas. São órfãos também... Mas sabe por que não tenho muitos amigos? Eles falam que sou louco, pois ouço vozes da minha mãe e do meu pai. Sinceramente, eu acho que eles estão me dando uma pista para resolver algum mistério. Bem, começo o meu dia já ruim, com a Teresa, moça do orfanato, brigando comigo:

Teresa: Rafael, você é muito relaxado, eu não aguento mais, não fui contratada para tirar cueca do banheiro!

Rafael: Ninguém te obriga a trabalhar aqui, minha filha!

Já chego à escola com o Bruno (valentão da escola) me zoando, e sabe qual é o apelido que ele me dá?

Bruno: E aí, menino sobrenatural!

O dia que eu bater nesse menino, ele vai se arrepender de me chamar disso! Infelizmente, a Barbara, Letícia e o Lucas não estudam aqui! Então sou uma pessoa solitária na escola. Já o resto do dia foi, como sempre, uma "porcaria". Mas, tem uma hora que eu odeio do meu dia: voltar para o orfanato a pé. A rua do meu orfanato é abandonada, janelas quebradas, portas arrancadas, paredes riscadas. Hoje, eu vi uma placa muito estranha. Fazem 10 anos que eu moro nessa rua, e nunca vi aquela placa. Quando li ela, deu um frio na barriga. Estava escrito:

Vila Harper

Saí correndo para o orfanato, entrei e corri para o quarto da Barbara, que perguntou rapidamente:

Barbara: Rafa, o que aconteceu? Parece que viu um FANTASMA!

Rafael: E-eu estava vindo para cá, e vi uma placa escrita Vila Harper! Você já viu essa Placa antes?!

Barbara: Sim, fazem 100 anos que essa placa está aí!

Rafael: A-ai meu Deus, então é VERDADE!

Barbara: O quê?!

Rafael: Há 6 meses, eu ouvi a voz da minha mãe falando HAPE, entendeu?! Hape=Harper.

Barbara: Jesus! Nossa, mas por qual motivo sua mãe falou isso?

Rafael: Tenho um palpite, mas temos que falar com o profissional!

Continua...